Reunião solene pelo Dia do Catequista e pelo Dia do Vicentino foi promovido pelos vereadores Pedro Kawai e Gilmar Rotta
Catequistas e vicentinos tiveram sua atuação na sociedade reconhecida em solenidade realizada pela Câmara Municipal de Piracicaba na noite desta terça-feira (18). A dedicação às pessoas mais necessitadas e a formação oferecida a crianças e jovens foram o ponto comum exaltado na trajetória dos doze voluntários homenageados.
A reunião solene foi promovida pelo vereador Pedro Kawai (PSDB), que solicitou a homenagem pelo "Dia do Catequista", instituído pelo decreto legislativo 23/2011, e pelo vereador Gilmar Rotta (PP), que é o autor do decreto legislativo 11/2013, que criou no âmbito da Câmara o "Dia do Vicentino".
João Batista Alves, membro da Sociedade São Vicente de Paulo, deu a dimensão do trabalho feito pelos 750 voluntários dos conselhos Norte, do qual ele faz parte, e Central em Piracicaba. Mensalmente, a entidade arrecada e distribui 40 toneladas de alimentos (uma média de 2.220 cestas básicas de 20 quilos cada uma), além de equipamentos de saúde, para 1.500 famílias assistidas, num total de 4.500 pessoas impactadas diretamente.
Ele classificou a atuação como "um trabalho de formiguinha importante, que faz a diferença na vida das pessoas", citando levantamento que aponta 43 mil habitantes vivendo em estado de extrema pobreza, com menos de R$ 250 por mês, na Região Metropolitana de Piracicaba. João Batista destacou o papel dos voluntários junto a pessoas não alcançadas por políticas públicas.
"O grande desafio das entidades que trabalham com os mais pobres, quer sejam os órgãos governamentais ou as ONGs, é vencer o desafio causado pela desigualdade, romper a barreira da pobreza e fazer com que as pessoas sejam protagonistas de suas próprias vidas, tendo acesso ao emprego, à educação e à saúde", afirmou.
"Programas sociais precisam existir, não como um instrumento de perpetuação da pobreza estrutural, mas sim na perspectiva de melhorar a vida das famílias, tirando-as do ciclo da pobreza e da condição de assistidos. A educação é o que pode mudar o país e o trabalho é o maior de todos os direitos sociais", acrescentou.
João Batista destacou, ainda, os 190 anos da Sociedade São Vicente de Paulo, completados em 2023. Um vicentino, observou, sempre irá ao encontro das "pessoas vítimas do esquecimento, da exclusão e da adversidade" e "dará prioridade aos mais desfavorecidos e aos mais rejeitados pela sociedade". "Fazemos nada mais que a nossa obrigação: servir aos pobres, testemunhar Jesus Cristo na vida das pessoas e levar conforto e pão para quem tem fome", comentou.
"Cada um sabe o tempo que doamos no dia a dia para o próximo: ajudamos famílias de refugiados, promovemos várias que estão desempregadas, cedemos moradia para 12 famílias carentes e temos o lar de longa permanência em Capivari, com 35 idosos", acrescentou Luiz Antonio Pavilhão, presidente do Conselho Central da Sociedade São Vicente de Paulo de Piracicaba.
Representando a Diocese de Piracicaba, o diácono Aderbal Soares Gomes disse que a homenagem prestada pela Câmara deve levar à reflexão sobre a importância de as pessoas também serem reconhecidas por seus pares, nos ambientes em que atuam. "Se esta Casa olha para os nossos catequistas e vicentinos e os valoriza, trazendo-os até aqui para fazer uma homenagem, qual não seria o olhar da Igreja para eles? Será que nós sabemos reconhecer o valor das pessoas que estão dentro de casa sem que os outros apontem? Essa homenagem nos ensina isto: que nós mesmos possamos dentro de casa e da igreja olhar e valorizar os catequistas e vicentinos como merecem."
Pedro Kawai exaltou o que chamou de "grande trabalho dos catequistas" junto a crianças e jovens e comparou os responsáveis pela educação religiosa a semeadores de árvores que dão flores e frutos. "Quem cuida com técnica e com o fortalecimento da fé são os catequistas, que fazem com que a Igreja se mantenha viva: se não tivermos crianças e jovens participando da Igreja, uma hora ela vai acabar. E é isso que faz com que nossa fé seja diariamente renovada", afirmou, ao também saudar os vicentinos por "trazerem solidariedade e carinho". "É a mão de Deus encarnada em vocês, num momento difícil da pessoa, quando ela está no fundo do poço."
Gilmar Rotta recordou que a proposição do "Dia do Vicentino", em 2013, "foi praticamente a primeira ação" sua como vereador, então no primeiro ano de seu primeiro mandato na Câmara. Ele também lembrou quando iniciou como vicentino, aos 15 anos. "Sou vicentino também, da Igreja Santa Catarina, e andávamos pelo bairro pedindo mantimentos, fazendo visitas, indo à casa das pessoas fazer orações." O parlamentar disse que os 12 homenageados da noite "fazem a diferença na cidade". "Quão grande é a ação que vocês fazem, nas visitas dos vicentinos, na catequese com as crianças. Em nome de Piracicaba, gratidão por serem quem são", afirmou.
Também presente na reunião solene, o vereador Paulo Camolesi (PDT) fez menção ao lema da Campanha da Fraternidade deste ano, que teve como foco a fome. "Vicentinos, dai-lhes vós mesmos de comer o alimento. Catequistas, dai-lhes vós mesmos de comer o ensinamento. E cada um, de seu jeito, contribui para o complemento do projeto de Jesus Cristo. Parabéns pelo trabalho de vocês, sempre o façam com amor", declarou.
Pelo Dia do Catequista, foram homenageadas Angela Cristina Alves Góes, Áurea Cristina da Cruz Diniz, Jandira Alves dos Santos, Márcia Regina de Barros Matheus e Viviane de Oliveira Santos. Já pelo Dia do Vicentino, foram homenageados Francisco Boliani, Benedito Lopes, Haroldo Benedito Abdalla, Jair Antonio Novello, Maria Aparecida Fiorin de Almeida, Valdemar José Rodrigues e Wilson Juliatti.
"Agradeço a Deus, que nos conduz na caminhada; à Câmara, pela homenagem prestada; aos nossos familiares, pela compreensão e paciência; e às nossas comunidades paroquiais, que fortalecem nossa fé e vocação", disse Áurea Diniz, ao falar em nome das homenageadas. "Ser catequista é uma vocação, o chamado de Deus para uma missão. É estar sempre à disposição de Jesus, é apresentar as escrituras e as bênçãos de Jesus em nossas vidas. É doar a própria vida e amar sem medida. É plantar a semente do amor de Deus", completou.
Benedito Lopes agradeceu a homenagem pelos vicentinos. "Nós deixamos a residência da gente e vamos atender. Na zona de conforto nossa, poderíamos não nos importarmos com o que acontece lá fora. Mas esse sentimento inquieto, que não me deixa em paz, faz com que eu saia da minha residência e do meu conforto e vá procurar as pessoas que estejam em dificuldade, mesmo que seja para eu levar o meu mínimo. Devo mostrar o cristão que sou e amar meu próximo", disse o voluntário, que afirmou pedir aos familiares: "Só vou deixar de ser vicentino o dia em que falecer, não quero parar antes disso".
Confira, no vídeo, nesta página, a íntegra da reunião solene.
Supervisão: Rebeca Paroli Makhoul - MTB 25.992
Imagens de TV: TV Câmara
Foto: Guilherme Leite - MTB 21.401
Kommentare