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Foto do escritorVereador Pedro Kawai

Fome e morador em situação de rua: os desafios para 2023



O recente caso do falecimento de uma moradora em situação de rua em Piracicaba (que preocupantemente não foi o primeiro) deixou exposta a realidade da nossa cidade, que, ano após ano, percebe nitidamente o crescimento dessa população. Percebemos claramente nos semáforos, nas praças e ruas ou em qualquer local de nossa cidade a triste volta de crianças e adolescentes e até famílias inteiras de refugiados de outras nações. Infelizmente, por decisão própria, falta de opção ou informação, elas estão nas ruas e não abrigadas, buscando socorro, amparo e meios para se alimentar e sobreviver.


A fome não é uma realidade somente piracicabana, mas brasileira, e muitos brasileiros estão sobrevivendo a essa realidade. Nos últimos 20 anos, o Brasil passou por momentos diversos. Em 2004, 9,5% dos brasileiros estavam com insegurança alimentar grave, esse número foi caindo até 2013, quando chegou a 4,2% e saímos do Mapa Mundial da Fome. A partir de 2018 esse índice voltou a subir, chegando ao assustador recorde de 15,5% em 2022, o equivalente a 33 milhões de brasileiros.


Mais preocupante ainda é quando olhamos os dados apresentados pela imprensa recentemente. Se considerarmos não somente a insegurança alimentar grave (15,5%), mas também a leve (28%) e moderada (15,2%), quando as pessoas não têm a certeza se terão comida de qualidade nos dias seguintes, o número chega a mais da metade da população: 58,7% convivem com esse risco.


Hoje, o significativo aumento da fome no Brasil nos últimos anos começa a mostrar sua cara e se o Poder Público não agir rapidamente. A tendência, com certeza, será de piora, pois esse é um problema que se não conter só aumentará. Além dela outras consequências, como a violência, roubos e furtos, consumo de drogas licitas e ilícitas, desnutrição, entre outros, são reflexos diretos em toda a sociedade.


O que fazer? Como agir? Vamos ficar debruçados em leis que não permitem o atendimento compulsório até quando? Precisamos de mais ação e menos burocracia, de coragem para encontrar a solução e não desculpas para a omissão e o não atendimento.


Tenho plena convicção de que Piracicaba nunca chegará ao aterrorizante patamar da Tribo Yanomami, pois temos aqui exemplos de trabalho voluntário de extrema competência, como o Exército das Formiguinhas, Diocese, Igrejas, ONGs e tantos outros que combatem ativamente a fome e buscam capacitações para as pessoas serem incluídas no mercado de trabalho ou resgatando a autoestima que foi perdida pela condição econômica, social ou se foi vítima de uma tragédia natural.


Mas o fato de perdermos vidas de moradores em situação de rua é sim um sinal de alerta e não podem ser tratadas como estatística e ficarem esquecidas após algum tempo, ainda mais se ela aconteceu a alguns metros de distância onde antes tínhamos um albergue noturno.


*Pedro Kawai é vereador pelo PSDB


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